Por que não?

Parabéns àqueles que se dão ao trabalho de abaixar para ver o que está escrito num papel do chão. Parabéns àqueles que encontram mensagens em garrafas. Parabens àqueles que escutam palavras jogadas ao vento. Esta é a minha homenagem.

Saturday, July 22, 2006

"all of a sudden, I felt like runing" - Forest Gump


Uma gota que cai de um estalactite e desliza sobre a pedra da montanha coberta de gelo. Fraca, hesitante. Tenta vencer com dificuldade obstáculos como galhos e folhas que repousam em seu caminho. Paciêncência. Aos poucos vai avançando sobre a rocha até pingar em outra. Mas iss demorou tanto tempo, que uma nova gota veio da estalactite, e se juntou à primeira. Com o dobro de volume de àgua, a gota desliza com mais força, mas logo para novamente, para só voltar a andar com o impulso dado por uma terceira gota que cai da estalactite. Novamente, a gravidade atua sobre a gota. que desliza, desliza, desliza, até que deixa de encontrar chão, e cai. Cai de muito alto até encontrar uma folha. A superfície lisa da folha está coberta por uma camada de gelo que derrete à passagem da gota, que a essa altura ja era uma gota consideravel, e o que traz da folha aumenta ainda mais seu porte, até cair novamente em outra folha. Muitas folhas. bate um vento e todas as gotas que estavam acumuladas caêm ao redor da raíz da arvore. o plano é muito inclinado, e as rochas estão mais lisas nessa parte da montanha onde o vento já passou mais tempo lapidando. A gota corre rápida, agora grande. Corre... flui, já quase sem pensar que algo a pode parar..... Quedas de fez em quando são um momento de silêncio antes do barulhento choque com as rochas inferiores.... Existe neve em cima de muitas pedras. A neve vai derretendo e aumenttando a gota. Corre, corre corre, vê a montanha elevar-se e a planíce aproximar-se... corre corre corere.. já não desliza sobre as pedras. Encontra através dela caminho. Arrasta os obstáculos que encontra. core corre corre. Uma pedra bloqueia a passagem de alguns litros de água. Com força, a gota arrebata-a de seu lugar, liberando caminho para o regato através do gelo. PEdaços de gelo flutuam sobre o regato. P que quer que exista para barrar o caminho é simplesmente destroçado. Folhas, galhos, e mesmo as pedras não resistem. Mais força... cada vez mais força. A cada queda, mais pressão. CAda metro percorrido na horizontal são muitos quilos de força acrecentados àpela gravidade à força do regato, que corre, furioso. .
Corre corre corre.... corre corre corre..... até pararr.

Chega em um obstáculo intransponível. muita água. Mais água do que todas as gotas que a estalactite jamais cuspiria ao longo de seus milhões de anos.. Muita água.

Muita calma. espera...

Rápido... corre corre corre.... empurrada através das turbinas de um gerador hidráulico a gota avança sua jornada com mais força do que nunca. Explode em velocidade atrav[és de um percurso já traçado por milhares de anos de passagens exatamente iguais àquela... corre corre corre corre corre corre..... destroi.... o barulho é delicioso. A montanha ficou para trás. Ela não mais define, com seu desnível o cdestino da gota. Ela corre em meio às montanhas e define com usua passagem desenho do vale. Corre corre corre corre corre corre.... Pedras só resistem as maiores, ou as que se agarram ao fundo do rio umas às outras. A gota corre.

Não há mais silêncio antes da queda. Cada falésia é barulho e muito barulho e quanto mais se aproxima mais barulho. E a queda é maior. Parece maior. A pedra já está furada em baixo da queda e a gota destroi com seu peso um pouco mais. A fúria e maior... muito maior. É caudalosa! lambe as margens com ânsia de traga-la para dentro de sua fúria. Quer fluir através do mundo inteiro. MAs não para... corre corre corre.... queda, pedra, àrvore.... Nnãio tem mais gelo.... tem peixes submersos e madeira boiando. Tem madeira de troncos e madeira diferente. Tem madeira piuntada e oval, pregada e barulhenta cortando a gota com motores barulhentos e a gota queria afunda-las mas essas madeiras não afundam, entaõ mais fúria, e mais voracidade se juntam à gota. E ela se toran mais caudalosa e mais viol~enta.

Mas o caminho vai ficando mais plano. A gota vai perdendo a vontade. muita água... muita água. Elefantíticamente se movento através do vale. lenta e impravel.

novamente paciência.

novamente calma.


A gota pelo menos se sente satisfeita. engoliu as margens e agora só existe àgua.... àgua... àgua.....

aos poucos vai existindo cada vez mais àgua e cada vez mais vento.

A gota já está velha.

A fúria não foi saciada, porém.

venta. O céu as vezes fica escuro. A gota tem furia, mas está velha e cansada.

Mas, velha e cansada, ainda tem força, e o vento é muito. CAda vez maior.

O céu é negro as vezes, e nesses dias, a gota lembra da sua fúria. E lembra do barulho das cachoeiras.

Num dia desses ela viu uma madeira diferente, que nem parecia madeira (e na verdade nem era). Não era madeira de árvore. Era madeira da montanha. Era a madeira de que era feito o tronco da montanha. Não era pedra. Era metal.

Era gigantesco e pesado.

Furiosa, a gota levantou-se a mil pés de altura (com a ajuda do vento, que nesses dias também se enfuriecia, talvez em compaichão pela gota) e caiu sobre o barco.

Mais uma vez.... fúria e força. Era velha mas nesse dia, a fúria a deiou forte.
O barulho dasquedas das águas não eram nada comparados com os barulhos das quedas dos nervos faíscantes do céu, que também era água. O vento se tornou água. e a gota subia e caía. mil pés de altura e tchááááhhh... cabruuuum.... o céu nervoso e a água furiosa e oa madeira de montanha indefesa, girava, rosnava, gemia, gritava até rachar e se perder em meio à fúria da gota.

O dia nasce. A gota está velha e cansada. O vento vê, e passa por ela. Eles se gostam, e a gota se torna vento e sobe. O dia está claro, e ela lembra do alto da motanha. Ela sobe mais.... bem mais de mil pés (a gota sabe muito pouco de matemática, então nem sabe quanto é mil pés. Sabe que é muito)

Ela sobe mais do que muito...

Sobe nesse dia claro e flutua.

Pobre gota. Ao ver uma ilha, pensa que pode tomar a ílha como tomou as margens de terra. Precipita-se em direção à ela com toda a fúria que sempre teve, mas com o vigor que contrastava ridiculamente com essa fúria. Cairia sem barulho na praia, onde um homem mal vestido se esforçava por respirar. OSua fúria foi convertida contra o homem, que ela reconheceu como sendo um dos que estavam no grande pedaço de madeira de montanha. Atacou-lhe com toda a força na testa..

O homem deu graças a deus, pensando de sí para consigo: "parece que vai chover"