Por que não?

Parabéns àqueles que se dão ao trabalho de abaixar para ver o que está escrito num papel do chão. Parabéns àqueles que encontram mensagens em garrafas. Parabens àqueles que escutam palavras jogadas ao vento. Esta é a minha homenagem.

Friday, September 04, 2009

Pargarávio

Solumbrava, e os lubriciosos touvos
Em vertigiros persondavam as verdentes;
Trisciturnos calvam-se os gaiolouvos
E os poverdidos estriguilavam fientes.

“Cuidado, ó filho, com o Pargarávio prisco!
Os dentes que mordem, as garras que fincam!
Evita o pássaro Júbaro e foge qual corisco
do frumioso Capturandam”.

O moço pegou da sua espada vorpeira:
Por delongado tempo o feragonista buscou.
Repousou então à sombra tuntumeira,
E em lúmbrios reflaneios mergulhou.

Assim, em turbulosos pensamentos quedava
Quando o Pargarávio, os olhos a raisluscar,
Veio flamiscuspindo por entre a mata brava.
E borbulhava ao chegar!

Um, dois! Um, dois! E inteira, até o punho,
A espada vorpeira foi por fim cravada!
Deixou-o lá morto e, em seu rocim catunho,
Tornou galorfante à morada.

“Mataste então o Pargarávio? Bravo!
Te estreito no peito, meu Resplendoroso!
Ó gloriandei! Hosana! Estás salvo!”
E na sua alegria ele riu, puro gozo.

Solumbrava, e os lubriciosos touvos
Em vertigiros persondavam as verdentes;
Trisciturnos calvam-se os gaiolouvos
E os poverdidos estriguilavam fientes.

Lewis Carrol

1 Comments:

Blogger MLF said...

Só agora entendi caça palavras... o fim !!!

a proposito, postei mais erasmo.

12:05 AM  

Post a Comment

<< Home